segunda-feira, 18 de julho de 2011

Ex Libris

Este é o nome dado a uma etiquetinha colocada geralmente no verso da capa de um livro. Este selo de propriedade pode constar apenas o nome do proprietário do livro, ou apenas um brasão, ou ainda um desenho sobre qualquer temática, mas o mais comum é a junção do nome do dono com um desenho representativo sobre seu gosto pessoal. 


Ex libris da Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro (disponível em Olhar Comum)


Muitos apontam como sendo o primeiro registro dessa arte uma inscrição em uma caixa de papiros de Amenofis III datada de 1.400 a. C, contudo existe divergência entre os especialistas qual seria o primeiro Ex libris da forma como é usado atualmente. Alguns dizem que é o ouriço xilogravado a pedido de Hans Igler entre 1470 e 1480 da nossa era, enquanto outros dizem se tratar do primeiro exemplar a xilogravura de um anjo segurando um brasão em armas, produzida em 1480 e utilizada por Hildebrando Brandenburgo.

Ex libris de Hildebrando Brandenburgo (disponível em Papel en Blanco)

No Brasil o uso começou através dos Ex libris de Diogo Barbosa Machado, pois sua biblioteca foi incorporada à Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro. O primeiro Ex libris brasileiro foi do Manuel de Abreu Guimarães desenhado por José Joaquim Viegas de Menezes, enquanto o primeiro colecionador deste objeto foi o ilustríssimo Barão do Rio Branco.

Ex libris ameaçador (disponível em Violeta)

No nosso país esta prática teve o seu ápice na metade do século XX, principalmente pela criação da Sociedade de Amadores Brasileiros de Ex libris em 1940. Este objeto se tornou venerado pela sua proximidade às artes plásticas, já que muitos dos desenhos eram encomendados a artistas que os reproduzia frequentemente através das técnicas de gravura, como no caso da Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro que teve seu Ex libris produzido por Eliseu Visconti. Além de enfeitar o livro por sua beleza, os Ex libris ainda permitem em muitos casos traçar os caminhos que determinado livro percorreu, pois é possível identificar quem foram os seus donos anteriores através destas marcas de propriedade.

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