terça-feira, 20 de março de 2012

Livros em leilões


Amigos desculpem a demora para postar, mas a vida anda uma correria. Tentarei ser mais atento ao blog. Bom, minha pesquisa de mestrado é sobre Segurança em Obras Raras e eu escolhi este tema principalmente por trabalhar com este tipo de acervo e observar a importância deste material como fonte de pesquisa e também como objeto artístico, como foi mostrado nos posts anteriores. Muitos destes livros possuem encadernações belíssimas, ilustrações primorosas e um design gráfico característico de cada época, além é claro do seu conteúdo textual que ainda mantém vivo o conhecimento de outras eras, ajudando-nos a entender nossa trajetória e a modificar o nosso  pensamento atual. Este post não tem a intenção de vangloriar as maravilhas que podem ser vivenciadas através do livro, mas demonstrar que este objeto é muito apreciado,  inclusive mercadologicamente, por estas  características.
Alguns livros atingiram valores monetários a níveis de pinturas de artistas consagrados e com certeza conhecer esta valorização do mercado ao livro ajuda a entender o aumento de casos de roubos às coleções de Obras Raras (provavelmente este será o tema do próximo post). As Obras Raras têm sido vistas pelos colecionadores como itens de investimento, pois os livros vão se valorizando com o passar do tempo, já que este infelizmente não é aliado da sua existência, ou seja, ao longo dos anos vão ficando cada vez mais escassos os exemplares de uma obra.
No site da casa de leilão Christie's é possível ver uma listagem de livros que atingiram somas consideráveis nos leilões. Por exemplo: o manuscrito iluminado mais caro já vendido é o "The Rothschild Prayerbook", produzido em 1505, ele foi vendido em 1999 por £ 8,5 milhões. 
The Rothschil Prayerbook retirado da Wikipedia
 Os "Contos de Canterbury"  publicados em 1476, conseguiram £ 4,6 milhões em 1998, este livro é considerado o incunábulo (primeiros impressos de 1455 à 1500) mais caro. O livro "Birds of America" é considerado o impresso mais caro já vendido, se montarmos uma lista dos 10 livros mais caros já vendidos, figurarão nela 5 exemplares desta obra, o mais recente leiloado atingiu US$10,3 milhões.
Birds of America retirado de Book Sale Manila
 O livro mais caro já vendido é um manuscrito de 36 páginas chamado "Códice de Leicester"
Códice de Leicester retirado de Leitura com Cappuccino
Escrito por Leonardo da Vinci ele foi adquirido por Bill Gates em leilão em 1994 pelo valor de US$30,8 milhões.
Considerando os valores visto acima é possível imaginar a preocupação que os Bibliotecários de Obras Raras devem ter com a segurança de seus acervos, pois com certeza possuem livros tão valiosos e importantes quanto estes leiloados e que podem se tornar alvos de ladrões.

domingo, 15 de janeiro de 2012

Ilustrações no Livro

As ilustrações dos manuscritos eram chamadas de iluminuras, pois tinham como propósito "iluminar" o conteúdo dos textos para os leigos, nelas são possíveis identificar pigmentos de várias origens e uma diversidade enorme de estilos de época.

                           Livro de Horas de Margarida de Cleves retirado do Museu Calouste Gulbenkian

Com ou aumento da demanda por livros, principalmente com a criação das universidades no séc. XII, as gravuras passam a ser usadas como método dominante de ilustração. A priori foram usadas as xilogravuras recorrentes até metade do século XVI.

                                     Crônicas de Nuremberg - Xilogravura de Dürer - Reitrada do Tesouro Bibliográfico
       
As calcogravuras, que usavam uma matriz de metal, diferente das xilogravuras que usavam de madeira, foram aos poucos se tornando preferência na produção livresca, principalmente após o domínio da técnica de laminagem, diminuido a expessura das lâminas de cobre e alumínio.

Calcogravura de Rubens - Retirada da Galeria de Gravura

No final do séc. XVIII as litografias passam a ser usadas constantemente para ilustração. Esta técnica permite que o desenho seja transferido para o papel de forma fidedigna utilizando como matriz uma pedra calcária.
                                                     Litografia - retirado de Mobiliario - Hogar

Na metade do séc. XIX surgem as fotografias que passam a partir de então a ilustrar os livros com frequência. No entato, surge um movimento contrário à industrialização do livro, principalmente na França e na Inglaterra. As editoras independentes criam então os chamados livos de arte ou livros de artista, com o propósito de resgatar as origens da produção livresca, com impressão em tipos móveis, papel artesanal e gravuras como ilustrações.

                       Água-Forte de Portinari - Sociedade dos Cem Bibliófilos do Brasil - Retirado de Terceiro ano